Diabetes tipo 1 e a hipoglicemia

A hipoglicemia é umas complicações mais comuns no diabetes tipo 1. Talvez você já tenha vivenciado a seguinte situação: coração acelerado, palpitação, suor excessivo, tremores, podendo estar acompanhado de visão turva, dor de cabeça e confusão mental.  A sensação é quase morte não é mesmo?

Apesar de ser algo, aparentemente, de fácil solução (o que pode ser, de fato), a hipoglicemia merece atenção, visto os diversos agravos que podem ser gerados a partir desse quadro.

Primeiramente, o que é hipoglicemia?

É uma situação clínica em que o nível de glicose no sangue está muito baixo, sendo uma das complicações agudas mais graves do DM1. É caracterizada pela Sociedade Brasileira de Diabetes como nível de glicose sanguínea, inferiores a 70mg/dl, em que os pacientes podem, ou não, sentirem os sintomas clássicos. É importante lembrar que a hipoglicemia não acontece apenas com pacientes diabéticos, mas são estes os pacientes mais afetados.

Os sinais e sintomas podem variar de acordo com o organismo do indivíduo e com seu nível glicêmico, que deve ser normalizado o mais rápido possível. É importante diagnóstico precoce e rápida intervenção e resolução pois níveis sanguíneos de glicose abaixo de 30 mg/dL podem causar coma e em níveis inferiores, dano cerebral permanente ou até morte.

Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2019-2020 glicemias menores de 70mg/dL já é considerado hipoglicemia

O que pode causar hipoglicemia?

Conhecendo o conceito de hipoglicemia, é lógico afirmar que as causas podem estar relacionadas à falta de fornecimento de glicose para o organismo ou ao grande consumo dessa glicose, gerando um desequilíbrio. A partir desse raciocínio, são algumas das possíveis causas:

  • Alimentação insuficiente, que não atende à demanda metabólica do indivíduo.
  • Erros no cálculo da dose da insulina.
  • Exercício físico intenso não programado.

Classificação da Hipoglicemia no Diabetes Tipo 1:

As diretrizes da SBD classifica a hipoglimia em 3 níveis, levando em conta a gravidade:

  • Nível 1 (leve): glicemia entre 70 e 54 mg/dL
  • Nível 2: glicemia menor que 54 mg/dL
  • Nível 3 (severa): hipoglicemia com qualquer alteração física ou mental que necessite de ajuda de terceiros para tratar

Sobretudo, essa classificação é importante para guiar o tratamento, como veremos a seguir.

Passo-a-passo para tratar uma hipoglicemia:

NÍVEL 1:

  1. Consuma 15 a 20 gramas de carboidratos, preferencialmente os mais simples como açúcar (uma colher de sopa, dissolvida em água), uma colher de sopa de mel (lembrando que mel não é permitido para crianças menores de um ano), um copo de 200 ml de refrigerante comum (não diet), 1 copo de suco de laranja integral, entre outros.
  2. Verifique sua glicose depois de 15 minutos
  3. Se continuar baixa repita o consumo de carboidrato.
  4. Continue checando em 15 minutos.
  5. Assim que a taxa normalizar faça um pequeno lanche caso sua refeição esteja planejada para dali a uma ou duas horas.

NÍVEL 2:

Nesses casos, o paciente está com a glicemia menor que 54 mg/dL, mas ainda consciente. O tratamento seguirá os mesmos passos acima, porém vai mudar a quantidade de carboidratos ingeridos: aqui você deve consumir 30 g de carboidratos de rápida absorção (mel, açúcar, refrigerante, etc.)

E monitore a glicemia da mesma forma que ensinei no tratamento da hipoglicemia de nível 1!

NÍVEL 3:

Agora chegamos nos casos mais graves, em que a pessoa fica inconsciente ou incapaz de engolir qualquer líquido ou alimento. Nessa situação, o DM1 precisa de ajuda de uma terceira pessoa para aplicar o glucagon. Confira neste post tudo sobre como tratar hipoglicemia severas.

É sempre muito importante manter o monitoramento glicêmico (fazendo ponta de dedo – glicosímetro), além de realizar o tratamento adequado ao DM1, para que assim que você consiga identificar os sinais e sintomas quando eles aparecerem.

Atenção! Pode existir hipoglicemia assintomática.

Pode ocorrer quando a pessoa está acostumada a ter a glicemia baixa e seus neurônios se adaptam e assim a sensibilidade aos sintomas é reduzida. Isso é muito perigoso pois o nível de sangue pode cair bem abaixo de 70 mg/dl e mesmo assim não haver sintomas perceptíveis.

Referências:

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Christine Rolke

Christine Rolke

Sou mãe de 3 meninas lindas. Quando minha segunda filha, Livia fez 13 meses de idade ela foi diagnosticada com diabetes mellitus tipo 1. Isso fez com que minha vida mudasse e trouxe muitas dificuldades que me fizeram estudar a fundo a DM1.

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